quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A descoberta da Madeira e dos Açores


Os arquipélagos da Madeira e dos Açores situam-se no Oceano Atlântico, relativamente perto de Portugal Continental.
A ilha da Madeira, a maior e mais importante do arquipélago do mesmo nome, fica a 1050 Km de Lisboa, a cerca de 17º de longitude e 33º de latitude.
O arquipélago é formado por esta ilha, pela de Porto Santo, por dois grupos de pequenas ilhas: três Desertas e duas Selvagens, e ainda por alguns ilhéus. A Madeira tem uma área de 766 Km2 (58 Km de comprimento por 24 Km de largura média) e Porto Santo tem uma área de 50 Km2, sendo as duas únicas ilhas com condições e dimensões para serem habitadas.
João Gonçalves Zarco foi o comandante da expedição que, ao serviço do Infante D. Henrique, "descobriu" o Porto Santo em 1418 e a Madeira em 1419. Nesta viagem foram companheiros de Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.

A politica de D.Afonso V

A partir do reinado de D. Afonso V, todos os estudiosos unanimemente afirmam que se verificou, neste período, um abrandamento das viagens de exploração. O próprio Infante D. Henrique, o grande animador da progressão para sul desde que, em 1443, D. Pedro, enquanto regente, lhe entregou o controlo das navegações e terras a descobrir, desvia a sua atenção para a cruzada levada a cabo no Norte de África. No que concerne a esta diminuição das viagens de exploração e comércio ao longo da costa ocidental africana, José Matoso chega mesmo a afirmar que se fez alguma coisa “entre 1448 e 1475, nomeadamente em matéria de navegação..., deveu-se à iniciativa de particulares, mercadores concretamente, porque as navegações davam lucros.” (incitação: História de Portugal, A Monarquia Feudal (1096-1480), Uma das poucas vozes que se levantam contra esta opinião, dentro da historiografia portuguesa, no reinado de D. Afonso V que pela primeira vez a coroa intervém directamente em todas as linhas da expansão, concentrando nas suas mãos os rumos expansionistas. Pensamos que ambos os historiadores não fogem à verdade, apesar das opiniões divergentes. Por um lado, é inegável que até 1468, ano do arrendamento a Fernão Gomes, pouco se adiantou na exploração rumo a sul, pois o nosso monarca focou os seus esforços e atenções, como já foi referido, na política de conquista de praças no Norte de África, mais tarde, em 1475, concentrou todo o seu empenho na luta pela sucessão ao trono de Castela, por morte de D. Henrique IV, seu cunhado, chegando nesse mesmo ano a entregar ao príncipe D. João o pelouro das navegações. Por outro lado, é também verdade que após a morte do Infante D. Henrique os privilégios e monopólios por ele detidos em relação às navegações voltaram em grande parte para poder da coroa, nomeadamente os respeitantes à costa da Guiné e ao seu comércio, transferindo D. Afonso a Casa da Guiné de Lagos para Lisboa, que era um dos grandes centros comerciais da Europa de Quatrocentos; é também verdade que o monarca conhecia as riquezas da Guiné e que vários dos seus navios aí iam comerciar; é também verdade que é D. Afonso V que concede privilégios a quem fosse morar nas recem descobertas ilhas de Cabo Verde; é também verdade que foi D. Afonso V que reinicia os descobrimentos, após a morte de D. Henrique, ao arrendar o comércio da Guiné a Fernão Gomes. Descobertas, tanto que no seu reinado, apesar de certas paragens, descobriu-se um largo e importante troço da costa africana.
A política de expansão ultramarina durante um vasto período andou ao sabor dos interesses de duas classes: a nobreza e a burguesia. A primeira apostava na acção militar, na guerra directa ao infiel, que lhe permitiria obter
Rendas, títulos, benesses e recompensas régias. A segunda apostava na actividade comercial, na exploração geográfica de novas terras que lhe permitiriam aceder a novos produtos, pretendiam, assim, a acção militar em favor do contacto pacífico, pois era este que lhe permitiria o acesso às fontes das matérias-primas. Os interesses das duas classes entravam frequentemente em conflito e nos primeiros tempos da Expansão condicionaram, em muito, a decisão quanto ao caminho que se deveria tomar, consoante a classe que se encontrava mais próxima dos centros de decisão.
Com D. Afonso V, a nobreza assume um papel predominante no rumo da política ultramarina, já que progressivamente vai ocupar um dos mais importantes centros de decisão. Este facto, vai reflectir-se na política régia em relação a África e em relação à Expansão que até então prosseguia a um bom ritmo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A conquista de Ceuta.


Assinada a paz com Castela, em 1411, D. João I procurou resolver os problemas do reino que estava pobre.
As conquistas no Norte de África surgiram como uma solução: agradavam à nobreza que procura a guerra como forma de obter honra, glória, novos cargos e títulos; agradavam ao clero pois era uma forma de combater os Mouros, inimigos da religião cristã; agradavam à burguesia pois assim poderia controlar a entrada do Mar Mediterrâneo e o comércio de escravos, ouro, especiarias e cereais.

Assim, em 1415, uma poderosa armada preparada por D. João I tomou a cidade de Ceuta: 33 galés, 27 tirrenas, 32 birmanes e 120 outros barcos, onde se amontoaram 50 mil soldados - todos "cruzados" (ou seja, com cruzes de tecido coladas aos uniformes, já que partiam para uma guerra santa).
O comando da armada foi entregue aos filhos do rei D. João I, entre os quais o infante D. Henrique. Na manhã de 14 de Agosto de 1415, com Ceuta desprotegida - por um inexplicável desleixo do soberano Sala-bin-Sala -, os lusos invadiram a cidade como uma horda de bárbaros. Mataram milhares de mouros, saqueando tudo o que podiam encontrar, destruindo lojas, bazares, mesquitas e o palácio do governante. Depois de dez horas de batalha desigual, contra adversários desarmados, os portugueses tornaram-se senhores de Ceuta.

Contudo, os Mouros desviaram as rotas comerciais para outras cidades do Norte de África. Ceuta tornou-se uma cidade cristã isolada e constantemente atacada.
Os Portugueses iniciam então as viagens por mar na esperança de chegar ao local de origem do ouro e das especiarias.
A História dos Descobrimentos começa com a tomada de Ceuta.

D.João II-O príncipe perfeito.

D. João II (o príncipe perfeito) foi rei de Portugal entre 1481 e 1495, Foi o 4º rei da 2ª dinastia, a dinastia de Avis. Filho de D. Afonso V e de D. Isabel de Coimbra, D. João II foi casado com D. Leonor de Viseu No início do seu reinado numa linha marcadamente centralizadora, atacou fortemente as grandes casas senhoriais (em particular a de Bragança). O duque de Bragança é executado em Évora e no ano seguinte, o duque de Viseu, D. Diogo, seu primo e cunhado, é chamado ao palácio e esfaqueado pelo próprio rei por suspeitas de conspirar contra ele. Muitas outras pessoas foram executadas, assassinadas ou exiladas para Castela. Depois destes acontecimentos, mais ninguém em Portugal ousou desafiar o rei, que não hesitava em fazer justiça pelas suas próprias mãosJoão II foi um grande defensor e impulsionador da política de exploração marítima. Os descobrimentos portugueses foram uma prioridade governamental, assim como a busca do caminho marítimo para a ÍndiaCristóvão Colombo pediu apoio a D. João II para a sua viagem à Índia mas este recusou, provavelmente porque sabia que Colombo partia de uma suposição que o rei sabia estar errada (D. João II estava decidido a chegar à Índia pelo ocidente, contornando África)·De facto Cristóvão Colombo chegou ao continente americano em 1492, pensando ter chegado à Índia. Até à sua morte, esteve convencido desse factoD. João II não deixou descendência pois quase no final do seu reinado o seu único filho legítimo faleceu em consequência de uma queda de cavaloEm testamento redigido por si, em Alcácer do Sal, designou como seu sucessor o seu primo e cunhado, D. Manuel.