quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Afonso de Alburquerque conquista Goa.


Afonso de Albuquerque nasceu em Alhandra no ano de 1453 e faleceu a 16-12-1515 em Goa. Filho segundo do terceiro senhor de Vila Verde (dos Francos), Gonçalo de Albuquerque. Fidalgo de linhagem, podia pois, com verdade, escrever a D. Manuel que seus avós lhe haviam deixado «bons costados e boa liançam». Segundo governador da Índia, neto e bisneto dos escrivães da puridade de D. João e de D. Duarte. Foi um brilhante militar e político sendo considerado como o maior governador da Índia. Era dotado de uma energia indomável, tendo um espírito aberto às mais avançadas concepções. De família aristocrática, foi educado na corte de D. Afonso V, onde estudou matemática e se familiarizou com os clássicos. Acompanhou o futuro D. João II na campanha de Castela (1476), serviu em Arzila e Larache (1489) e em 1490 fez parte da guarda de D. João II. Serviu de novo em Arzila (1495), voltando depois a integrar-se na guarda real. Enviado à Índia em 1503 com o seu primo Francisco de Albuquerque, tendo cada um o comando de três naus, venceu as forças de Calecute, ergueu a fortaleza de Cochim e estabeleceu relações comerciais com Coulão, tendo regressado experiente e sonhador em 1504. Expôs a D. Manuel o seu sonho imperial, alicerçado na conquista das posições estratégicas do Índico, tendo convencido o monarca e os membros do seu conselho.
Para o executar partiu para Oriente em 1506, como capitão-mor do mar da Arábia e com a provisão (secreta) que lhe confiava, desde 1508, o governo de toda a Índia. Conquistou os portos de Omã e fez tributária de Portugal a riquíssima cidade de Ormuz (1507). Apoderou-se de Goa (1510) e de Malaca (1511), tendo sido, em 1513, o primeiro capitão europeu a sulcar o Mar Vermelho. Desenvolveu intensa actividade administrativa e diplomática para consolidar a soberania portuguesa. Concluída a Fortaleza de Ormuz (1515), viu completada a cadeia de pontos capitais para assegurar o monopólio marítimo-comercial dos produtos da Índia. Veio a falecer à vista de Goa, em 16 de Dezembro de 1515, não sem saber que na cidade o aguardava para lhe suceder um dos seus mais acérrimos inimigos pessoais: Lopo Soares de Albergaria enviado pelo rei D. Manuel I. Profundamente ofendido e desgostoso, Afonso de Albuquerque deu graças a Nosso Senhor e disse: «Mal com os homens por amor a el-rei com el-rei por amor dos homens, bom é acabar». Os seus padecimentos haviam-se agravado, e sentido-se morrer ditou para D. Manuel a seguinte carta:
«Senhor: quando esta escrevo a Vossa Alteza estou com um soluço que é sinal de morte. Nesses reinos tenho um filho e peço a Vossa Alteza que mo faça grande, como meus serviços merecem que tenho feito com minha serviçal condição; porque a ele mando, sob pena de minha bênção, que vo-lo requeira. E quanto às coisas da Índia não digo nada, porque elas falarão por si e por mim».
Marinheiro e soldado, estratego escritor (primorosas as suas Cartas para o rei), estadista e diplomata, foi o maior vulto de toda a história ultramarina portuguesa, a ele se ficando a dever as bases sobre as quais se manteve durante séculos o Império Português do Oriente.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Expansão Europeia - Exercício

Completa as frases e dá as tuas respostas na zona dos comentários:

A grave crise do séc ________(1). impeliu a Europa para a _________(2) marítima. Portugal desempenhou nesse movimento um papel pioneiro:___________(3) praças no Norte de África, colonizou as ilhas ____________(4) , explorou a costa ______________(5) , descobriu o caminho marítimo _____________(6) para a e, a Ocidente, atingiu as terras do ___________(7) e algumas zonas costeiras da América do Norte.A expansão portuguesa foi acompanhada, nos fins do século _______(8) e inícios do século __________(9) , por expedições e conquistas _____________(10) na América Central e do________(11) . As descobertas contribuíram para alterar o mapa do________(12) , que passou a desenvolver-se a nível mundial. Lisboa, Sevilha e Antuérpia tornaram-se os grandes__________(13) económicos da__________(14) ; por outro lado, novos produtos, como as ________(15) , o_________(16) , o tabaco e a _________(17) vieram alterar a vida das populações.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Tratados

A competição entre Portugal e Castela sobre a posse dos territórios descobertos começou ainda no século XIV, com a disputa acerca do arquipélago das Canárias.
Mais tarde, os Castelhanos quiseram também participar no comércio com a costa de África, o que provocou um demorado conflito. Em 1479, o TRATADO DE ALCÁÇOVAS estabeleceu um primeiro entendimento entre os dois países: Portugal desistia de quaisquer pretensões sobre as Canárias; Castela reconhecia aos Portugueses o domínio exclusivo dos territórios a sul daquelas ilhas.
A situação voltou a complicar-se com a descoberta da América, por Cristóvão Colombo.
Colombo viveu muito tempo em Portugal, onde recolheu informações sobre a existência de terras a ocidente dos Açores. Sabendo que a terra era redonda, Colombo elaborou um plano para atingir a Índia navegando por ocidente.
D.João II não mostrou interesse por esse projecto. Dessa forma, Colombo foi oferecer os seus serviços a Espanha. Os Reis católicos acabaram por
conceder-lhe uma frota de três pequenos navios, com os quais navegando para o ocidente, 1492,
Terras desconhecidas. Cristóvão pensou que atingira a Índia. Afinal era um novo continente - O continente Americano –que acabava de chegar.
Como diz o tratado de Alcáçovas a sul das ilhas das Canárias era para Portugal, mas Cristóvão Colombo “desobedeceu” e descobriu as Antilhas que ficava a sul das ilhas das Canárias e ouve outro problema e fizeram outro tratado -Tratado de Tordesilhas que diz:Passa por um hemisfério a 370 léguas de Cabo-Verde.

A Missionação

A missionação é a acção realizada pelos mensageiros do Evangelho, que correm o mundo a anunciá-lo a populações distantes. O desejo de expandir a fé ou dilatar a cristandade, a missão de um missionário que se diz seguidor de Deus, e que tem por escolha de vida, a missionação.
Missionação a missão de evangelizar, vem do termo grego envagelion, que significa mensageiro do Evangelho, anunciar a Boa Nova a todos os homens, como se encontra descrito na obra “A Evangelização em Tempo de Mudança”, Jornadas de Teologia, missionar é ”andar de cidade em cidade e proclamar sobretudo aos mais pobres, e muitas vezes os mais bem dispostos para o acolher, o alegre anúncio da realização das promessas da Aliança feita por Deus, tal é a missão para a qual Jesus declarava ter sido enviado, levar a Boa Nova a todos as parcelas da humanidade, em qualquer meio ou latitude, e, por seu influxo, transformá-los, a partir de dentro, para tornar nova a própria humanidade. Evangelizar é não só pregar o evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massas mas é, sobretudo, atingir e como que modificar pela força do Evangelho, os critérios de julgar, os valores, os centros de interesse, as linhas do pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a palavra de Deus e com o desígnio de salvação.”
É a missão dos chamados missionários que estavam ao serviço de Deus, inseridos em ordens religiosas, por exemplo a Ordem dos Franciscanos, dos Dominicanos, Mendicantes, dos Pregadores e outros que corriam o mundo difundindo e defendendo a fé em Cristo acreditando que a sua acção missionária iria evangelizá-lo. Tinham em comum a mesma fé e o mesmo desejo: salvar “almas perdidas”

A DESCOBERTA DO BRASIL

Em 22 de Abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de Abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.
Após deixarem o local em direcção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-Brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.
A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras.
Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-Brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugiganga (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas.
Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses,holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa.

O comércio Triangular...




…é uma expressão utilizada para designar um conjunto de relações comerciais dirigidas por países europeus entre as metrópoles e os vários domínios ultramarinos, de carácter transcontinental apoiado em três vértices geopolíticos e económicos: Europa, África e América (Norte, Centro e Sul), com relações secundárias com a Ásia e os seus produtos.
Comércio Triangular
Trata-se, de um conjunto de relações entre produtor e distribuidor, comprador e vendedor, dominante e dominado, assumindo qualquer um destes continentes uma posição de relevo em qualquer um destes níveis de contrato, à parte a Europa em termos de domínio, pois nela residem as potências administrantes.
(chave na economia mundial, como o
ouro, prata, diamantes, açúcar e tabaco).
Da Europa partiam embarcações carregadas de produtos manufacturados, como
armas de fogo, rum, tecidos de algodão asiático, ferro, jóias de pouco valor, entre outros artigos de menor valor comercial. O destino principal era África, onde se trocavam escravos por estes produtos. Os compradores de escravos comerciavam com europeus ou africanos que vendiam os seus conterrâneos, quer no litoral quer no interior, onde quase só se aventuravam os negreiros autóctones. Muitas vezes eram colonos americanos a comprar directamente em África a sua mão-de-obra servil, sem intermediários europeus. Os escravos africanos eram, de fato, a mola principal desta rede comercial de capital importância para a economia europeia, pelos lucros que rendiam aos países negreiros, e também para o sistema de produção das colónias mineiras e de plantação das Américas, seu destino além-Atlântico.
Nesta segunda junção de vértices do comércio triangular (África-América), muitos dos escravos morriam a bordo dos navios, onde se amontoavam em condições Intel-humanas. Chegados à América, eram vendidos aos donos de minas e de plantações em troca dos seus produtos: açúcar, tabaco, moedas de ouro e prata
Completava-se o triângulo comercial com a compra por parte da Europa desses produtos americanos, embora para o continente americano se exportassem directamente as manufacturas e se fizessem reexportações de artigos adquiridos na Ásia. Só as colónias europeias nas Índias Ocidentais e as famílias possuidoras de minas, plantações ou empresas comerciais tinham poder económico para adquirir essas manufacturas do Velho Mundo, pagando com os rendimentos que lhes davam as suas produções ou negócios, mesmo com os elevados gastos que comportava a compra de mão-de-obra africana.
A nível de movimentação de capitais em larga escala, tinham enorme destaque as colónias espanholas produtoras de ouro e prata - como a
Colômbia, o Peru, a Bolívia e o México - ou dos grandes criadores de gado, bem como, e principalmente, o grande motor do império colonial português durante três séculos, o Brasil. As suas fazendas de cana-de-açúcar, algodão, tabaco, café e cacau, a par das explorações mineiras de ouro e diamantes (com ciclos de produção em épocas diferenciadas), para além do serviço doméstico dos senhores, absorveram milhares de africanos para o seu esforço produtivo, importação essa que rendia avultadas fortunas aos negreiros que os colocavam nos mercados brasileiros. Só os EUA terão importado mais escravos africanos que o Brasil. A posição ocupada pelas colónias inglesas da América do Norte é, de fato, de crescente importância no contexto do comércio triangular, principalmente a partir do século XVII, quer na importação directa (sem intermediários europeus) de escravos africanos, quer assumindo uma posição de relevo nas trocas comerciais com a Europa. Produtores e exportadores, além de importadores de produtos manufacturados europeus ou de mão-de-obra africana, cedo os norte-americanos tentam tornar-se independentes no plano produtivo, lançando-se mesmo na exploração de rotas comerciais atlânticas, integrando-se cada vez mais altivamente nas arestas geográficas do comércio triangular.
No caso do Brasil e da América espanhola, as grossas somas de dinheiro despendidas no pagamento das importações de manufacturas europeias - o luxo e o fausto tiranizavam cada vez mais os gostos dos colonos mais abastados - dirigiam-se, não para as suas metrópoles ibéricas, mas principalmente para a Inglaterra, Países Baixos, França, produtores e exportadores de manufacturas que colocavam facilmente a bom preço no Novo Mundo, para além das reexportações de produtos importados da Ásia, onde possuíam entrepostos, feitorias ou mesmo colónias. Todo esse capital colonial passava, sem retenção ou entesouramento, por Portugal e Espanha, que o usavam para pagar o seu
deficit de mercadorias e de fraca produção de manufacturas nacionais. Era retido e investido em países do Norte da Europa, que o canalizavam para o incremento da sua produção manufactureiro e no pagamento das importações do Báltico ou da Ásia, reactivando constantemente as ligações comerciais com África e, principalmente, com a América.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A descoberta da Madeira e dos Açores


Os arquipélagos da Madeira e dos Açores situam-se no Oceano Atlântico, relativamente perto de Portugal Continental.
A ilha da Madeira, a maior e mais importante do arquipélago do mesmo nome, fica a 1050 Km de Lisboa, a cerca de 17º de longitude e 33º de latitude.
O arquipélago é formado por esta ilha, pela de Porto Santo, por dois grupos de pequenas ilhas: três Desertas e duas Selvagens, e ainda por alguns ilhéus. A Madeira tem uma área de 766 Km2 (58 Km de comprimento por 24 Km de largura média) e Porto Santo tem uma área de 50 Km2, sendo as duas únicas ilhas com condições e dimensões para serem habitadas.
João Gonçalves Zarco foi o comandante da expedição que, ao serviço do Infante D. Henrique, "descobriu" o Porto Santo em 1418 e a Madeira em 1419. Nesta viagem foram companheiros de Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.

A politica de D.Afonso V

A partir do reinado de D. Afonso V, todos os estudiosos unanimemente afirmam que se verificou, neste período, um abrandamento das viagens de exploração. O próprio Infante D. Henrique, o grande animador da progressão para sul desde que, em 1443, D. Pedro, enquanto regente, lhe entregou o controlo das navegações e terras a descobrir, desvia a sua atenção para a cruzada levada a cabo no Norte de África. No que concerne a esta diminuição das viagens de exploração e comércio ao longo da costa ocidental africana, José Matoso chega mesmo a afirmar que se fez alguma coisa “entre 1448 e 1475, nomeadamente em matéria de navegação..., deveu-se à iniciativa de particulares, mercadores concretamente, porque as navegações davam lucros.” (incitação: História de Portugal, A Monarquia Feudal (1096-1480), Uma das poucas vozes que se levantam contra esta opinião, dentro da historiografia portuguesa, no reinado de D. Afonso V que pela primeira vez a coroa intervém directamente em todas as linhas da expansão, concentrando nas suas mãos os rumos expansionistas. Pensamos que ambos os historiadores não fogem à verdade, apesar das opiniões divergentes. Por um lado, é inegável que até 1468, ano do arrendamento a Fernão Gomes, pouco se adiantou na exploração rumo a sul, pois o nosso monarca focou os seus esforços e atenções, como já foi referido, na política de conquista de praças no Norte de África, mais tarde, em 1475, concentrou todo o seu empenho na luta pela sucessão ao trono de Castela, por morte de D. Henrique IV, seu cunhado, chegando nesse mesmo ano a entregar ao príncipe D. João o pelouro das navegações. Por outro lado, é também verdade que após a morte do Infante D. Henrique os privilégios e monopólios por ele detidos em relação às navegações voltaram em grande parte para poder da coroa, nomeadamente os respeitantes à costa da Guiné e ao seu comércio, transferindo D. Afonso a Casa da Guiné de Lagos para Lisboa, que era um dos grandes centros comerciais da Europa de Quatrocentos; é também verdade que o monarca conhecia as riquezas da Guiné e que vários dos seus navios aí iam comerciar; é também verdade que é D. Afonso V que concede privilégios a quem fosse morar nas recem descobertas ilhas de Cabo Verde; é também verdade que foi D. Afonso V que reinicia os descobrimentos, após a morte de D. Henrique, ao arrendar o comércio da Guiné a Fernão Gomes. Descobertas, tanto que no seu reinado, apesar de certas paragens, descobriu-se um largo e importante troço da costa africana.
A política de expansão ultramarina durante um vasto período andou ao sabor dos interesses de duas classes: a nobreza e a burguesia. A primeira apostava na acção militar, na guerra directa ao infiel, que lhe permitiria obter
Rendas, títulos, benesses e recompensas régias. A segunda apostava na actividade comercial, na exploração geográfica de novas terras que lhe permitiriam aceder a novos produtos, pretendiam, assim, a acção militar em favor do contacto pacífico, pois era este que lhe permitiria o acesso às fontes das matérias-primas. Os interesses das duas classes entravam frequentemente em conflito e nos primeiros tempos da Expansão condicionaram, em muito, a decisão quanto ao caminho que se deveria tomar, consoante a classe que se encontrava mais próxima dos centros de decisão.
Com D. Afonso V, a nobreza assume um papel predominante no rumo da política ultramarina, já que progressivamente vai ocupar um dos mais importantes centros de decisão. Este facto, vai reflectir-se na política régia em relação a África e em relação à Expansão que até então prosseguia a um bom ritmo.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A conquista de Ceuta.


Assinada a paz com Castela, em 1411, D. João I procurou resolver os problemas do reino que estava pobre.
As conquistas no Norte de África surgiram como uma solução: agradavam à nobreza que procura a guerra como forma de obter honra, glória, novos cargos e títulos; agradavam ao clero pois era uma forma de combater os Mouros, inimigos da religião cristã; agradavam à burguesia pois assim poderia controlar a entrada do Mar Mediterrâneo e o comércio de escravos, ouro, especiarias e cereais.

Assim, em 1415, uma poderosa armada preparada por D. João I tomou a cidade de Ceuta: 33 galés, 27 tirrenas, 32 birmanes e 120 outros barcos, onde se amontoaram 50 mil soldados - todos "cruzados" (ou seja, com cruzes de tecido coladas aos uniformes, já que partiam para uma guerra santa).
O comando da armada foi entregue aos filhos do rei D. João I, entre os quais o infante D. Henrique. Na manhã de 14 de Agosto de 1415, com Ceuta desprotegida - por um inexplicável desleixo do soberano Sala-bin-Sala -, os lusos invadiram a cidade como uma horda de bárbaros. Mataram milhares de mouros, saqueando tudo o que podiam encontrar, destruindo lojas, bazares, mesquitas e o palácio do governante. Depois de dez horas de batalha desigual, contra adversários desarmados, os portugueses tornaram-se senhores de Ceuta.

Contudo, os Mouros desviaram as rotas comerciais para outras cidades do Norte de África. Ceuta tornou-se uma cidade cristã isolada e constantemente atacada.
Os Portugueses iniciam então as viagens por mar na esperança de chegar ao local de origem do ouro e das especiarias.
A História dos Descobrimentos começa com a tomada de Ceuta.

D.João II-O príncipe perfeito.

D. João II (o príncipe perfeito) foi rei de Portugal entre 1481 e 1495, Foi o 4º rei da 2ª dinastia, a dinastia de Avis. Filho de D. Afonso V e de D. Isabel de Coimbra, D. João II foi casado com D. Leonor de Viseu No início do seu reinado numa linha marcadamente centralizadora, atacou fortemente as grandes casas senhoriais (em particular a de Bragança). O duque de Bragança é executado em Évora e no ano seguinte, o duque de Viseu, D. Diogo, seu primo e cunhado, é chamado ao palácio e esfaqueado pelo próprio rei por suspeitas de conspirar contra ele. Muitas outras pessoas foram executadas, assassinadas ou exiladas para Castela. Depois destes acontecimentos, mais ninguém em Portugal ousou desafiar o rei, que não hesitava em fazer justiça pelas suas próprias mãosJoão II foi um grande defensor e impulsionador da política de exploração marítima. Os descobrimentos portugueses foram uma prioridade governamental, assim como a busca do caminho marítimo para a ÍndiaCristóvão Colombo pediu apoio a D. João II para a sua viagem à Índia mas este recusou, provavelmente porque sabia que Colombo partia de uma suposição que o rei sabia estar errada (D. João II estava decidido a chegar à Índia pelo ocidente, contornando África)·De facto Cristóvão Colombo chegou ao continente americano em 1492, pensando ter chegado à Índia. Até à sua morte, esteve convencido desse factoD. João II não deixou descendência pois quase no final do seu reinado o seu único filho legítimo faleceu em consequência de uma queda de cavaloEm testamento redigido por si, em Alcácer do Sal, designou como seu sucessor o seu primo e cunhado, D. Manuel.